Ironi Andrade

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Patrono: Túlio Fontoura

Ironi Gozzi de Andrade nasceu em Linha Segredo, interior de Encantado, hoje município de Arvorezinha, no dia 18 de outubro de 1951.

Filho de agricultores, Olavo Neves de Andrade e Santinha Gozzi de Andrade, desde seus primeiros anos dedicou-se à agricultura. Parentes e vizinhos ainda lembram sua infância. Irrequieto, com cinco anos, garantem, quebrando gelo com os tamancos, já era o companheiro de trabalho de seu pai, carroceiro. Ele era o brequeiro. Assim, como agricultor, iniciou seus estudos na escola que leva o nome de seu avô materno, João Gozzi, de Linha Segredo. Nela, concluiu o curso primário. Por uma concessão especial do professor, aliás, repetiu o último ano, mesmo tendo sido sempre o primeiro aluno da turma, por não querer deixar de estudar.

Aos 12 anos, porém, teve de interromper seus estudos, pois não havia como deslocar-se até a sede do hoje município, a fim de cursar o ginásio.

Cinco anos depois, aos 17, portanto, ocorreu um fato inusitado e que viria a mudar o rumo de sua vida. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arvorezinha resolveu retirar um jovem de Linha Segredo, levá-lo ao internato e, posteriormente, devolvê-lo, como professor normalista e técnico agrícola. Ele foi o escolhido e o destino era o internato da Escola Normal Rural “Estrela da Manhã, de Estrela (RS).

Mas, formando-se em novembro de 1971, foi vítima da Reforma do Ensino, que extinguiu o campo de atuação daquele tipo especial de professor (normalista ginasial). Viu-se, então, portador tão somente do Certificado de Conclusão do Ensino Fundamental. Não titubeando, inscreveu-se ao Exame de Madureza Ginasial, hoje supletivo, e, de uma só vez, em três dias intensivos de provas, eliminou todo o segundo grau, hoje ensino médio.

Seu sonho, então, voltou-se à agronomia. A mesma pessoa que convencera seus pais a deixá-lo estudar fora, conseguiu que o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arvorezinha custeasse-lhe aquele curso, na condição de que, uma vez formado, retornasse àquele município e devolvesse, em trabalho, o valor investido. Em janeiro de 1972, viu seu nome no listão de aprovados em Agronomia. Por motivos políticos, todavia, a bolsa de estudos fora suspensa e ele não pôde matricular-se, pois a família não dispunha de recursos financeiros para tal.

Foi aí que lhe surgiu a ideia de cursar Letras e tornar-se professor de Português. Fê-lo. Passou no vestibular, matriculou-se e, já no primeiro semestre da faculdade, valendo-se, então, da condição de normalista, inscreveu-se para preenchimento de vagas no magistério público do Rio Grande do Sul. Fora chamado e iniciou sua carreira no dia 23 de abril de 1973, em André da Rocha, então distrito de Lagoa Vermelha, hoje município.

Transferiu-se depois para Lagoa Vermelha e, daí, para Sananduva. Em 1976, retornou a Passo Fundo e começou a lecionar em escolas públicas, particulares e cursinhos pré-vestibulares.

Em Passo Fundo, lecionou nos pré-vestibulares Integral, Visão, Gama, Universitário e Michigan, até 1989. Em Porto Alegre, deu aulas no Mauá, no Unificado e no Universitário.

Nesse período, colaborou na produção de dezenas de livros didáticos, nos campos da Língua Portuguesa, da Literatura Brasileira e da Redação. Além disso, tornou-se sagaz cronista. Publicou, recentemente, o livro “CRÔNICAS – A infância e a juventude de uma pessoa ambiciosa”.

Mas sua busca cultural não se esvaiu com o curso de Letras. Mais tarde, cursou Direito. Além disso, são incontáveis os cursos de especialização feitos por ele. Em Português, em Redação, em Literatura, em Oratória e também no campo do Direito, está sempre buscando algo novo e algo a mais. “O profissional que não se especializa mofa”, garante. No mês de maio de 2021, aos 70 anos, concluiu sua sétima especialização, desta vez em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa.

Ganhador do Prêmio Competência, em três anos seguidos, por ser considerado o melhor professor do Estado do Rio Grande do Sul, presidiu o Comitê Pró-Implantação do Idioma Oficial do Mercosul, reunindo estudiosos do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai e do Chile.

Comendador pela Ordem dos Jornalistas do Brasil, grau Comunicação Social, foi presidente da Academia Passo-Fundense de Letras e há décadas escreve colunas regulares a vários jornais e a várias revistas do país todo. Manteve por muitos anos programa radiofônico diário sobre o idioma pátrio. Atuou durante um ano e meio, diariamente, com comentários de três minutos, na televisão por cabo. Apresentou, enquanto o tempo lhe permitiu, comentários sobre os erros mais frequentes em Português na TV Câmara e foi, também, apresentador de “Dicas de Português” na RBS TV, Passo Fundo. É um dos palestrantes mais disputados, hoje, no Brasil e nos países do Mercosul. Figura quase obrigatória em congressos e seminários sobre Português, Redação, Literatura e Oratória, palestra e participa de debates em todo o país.

Desde 1989, dedica-se a seu Curso Permanente de Português, Redação e Oratória, como diretor-proprietário e professor único, ministrando cursos em todo o Brasil.