Nasci em Carazinho, em 13 de abril de 1944, no Hospital de Caridade, mas morávamos no distrito de São Bento, na época um grande centro madeireiro. Aos 5 anos a família foi morar em Porto Alegre.
Uma das razões que me levaram a me inspirar para conhecer mais e participar da vida e atividades das letras, foi a formação educacional de meu pai, Luiz Tomasini. Aos 19 anos foi estudar no Colégio dos Irmãos Maristas em Guaporé. Embora não fosse um homem de muita comunicação com os filhos, eu o admirava, pois tinha ânsia de conhecimento, e, em 1959, ou antes, já assinava o jornal Correio do Povo, o qual eu lia avidamente.
Minha educação passou por um colégio de freiras, Ginásio Nossa Senhora dos Navegantes, em regime de semi internato: aula, almoço e fazer os temas. Depois nos irmãos maristas do Colégio São Pedro e posteriormente, no sempre amado Colégio Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre.
Cursar a Faculdade de Agronomia da UFRGS foi uma consequência do amor natural que sempre senti pela terra, seus costumes e sua cultura.
Passava as férias no distrito de Pulador, do município de Passo Fundo. Fazer o que? Jogar futebol, caçar passarinho, banho de sanga. Só diversão.
Até que um dia, me dei conta que meu avô, José Annes Lopes, recebia quase todos os dias o jornal Correio do Povo, pelo trem passageiro, que saia de Porto Alegre, Santa Maria até Passo Fundo, Parava rapidamente no distrito de Pulador, entregava o jornal e levava mercadorias locais para Passo Fundo.
Meu avô materno foi alfabetizado não sei onde. Fica a pergunta: o que o levou a assinar um jornal, em 1958 ou antes?
A ligação da família Annes com a cultura, data de 1883, quando Gasparino Lucas Annes, teria a seu dispor, uma biblioteca encadernada de 1.000 volumes.
Formado em Engenharia Agronômica, cursei o mestrado em Economia Rural, no IEPE/UFRGS, concluído em 1971. Em Brasília, trabalhei com um grupo de profissionais, com mestrado ou doutorado, na assessoria do Ministro da Agricultura até 1975. Construí casa no Lago Norte, tendo como arquiteto um aluno do curso de mestrado de Oscar Niemeyer. Lecionei na Universidade de Brasília, e o chefe do meu departamento era Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real.
Foi uma época de imenso crescimento profissional, que me permitiu conhecer grande parte do Brasil e vários países, sempre com despesas pagas por organismos internacionais ou por outros governos.
Em julho de 1975, com a abertura da EMBRAPA em Passo Fundo, solicitei transferência para cá, onde lecionei na Fac. Agronomia da UPF, de 1977 a 2015. Também atuei na Faculdade Anglo Americana, como vice da diretora Marisa Zilio.
Em Brasília nasceu o filho Luiz Fernando, em Passo Fundo, o filho Sergio Luiz e a filha Ana Cláudia. Mais tarde o filho Marco Antônio completou a família.
As viagens pelo Brasil e América Latina, América do Norte, Europa e Ilhas da América Central e de Cuba, me ajudaram a construir uma visão de mundo, sua geografia, sua cultura e suas pessoas.
Sempre escrevi trabalhos técnicos, na área de carne bovina. Foram dezenas de trabalhos para uso interno do Ministério da Agricultura e em jornais de Brasília, São Paulo e Porto Alegre. Além dos trabalhos técnicos, publiquei livros, a partir de 2015, denominados Utensílios e Ferramentas Utilizados Pelos Emigrantes da Itália no Sul do Brasil, Maria e a Mosca, Terceira Idade na Natureza, Escola na Natureza, Diálogos com a Natureza, Genealogia da Família Annes e Genealogia da Família Tomasini, História e Causos). Estão aguardando publicação um livro exclusivo de Crônicas e outro de Artigos e vários outros em fase de revisão.
Em Passo Fundo escrevi para o jornal O Nacional e fui comentarista da Rádio Passo Fundo.
Estava numa fase de grande crescimento e participação na vida comunitária de Passo Fundo, quando minha companheira de 17 anos, Eng. Agra. Lizete Augustin faleceu. Minha vida entrou num parafuso sem fim e tudo parou.
É muito difícil recomeçar aos 75 anos. Muda sua vida social, econômica e cultural. Com o ingresso na APL, nasceram novos objetivos literários e iniciei novas amizades.
Hoje tento compreender o ser humano e o complexo da natureza. Tento colocar no papel a minha interpretação dos fatos, submetendo-os à crítica da sociedade. A Academia será o canal para estas contribuições.